Deval Patrick
Por Agnelo A. Montrond, USA
«Nos tudu du ben Mérka. Si bo bu ka ben, un argen ó otu na bu família ben». Todos viemos para a América, sabiamente afirmou um ex-director, numa das reuniões havidas, num próximo passado, na Associação Cabo-verdiana de Brockton, a qual contou com as presenças dos membros da directoria da referida associação naquela altura, mormente o Presidente que era o Sr. António Pires, um reconhecido activista social e um conceituado instrutor de condução automóvel, e o falecido colega professor Euclides Fontes, de quem sempre recordo com mágoas e imensas saudades.
E esse ex-director tem razão que excede, pois salientou d
izendo que, não raras vezes, alguém que nasce aqui nos Estados Unidos, e por conseguinte é cidadão americano original, por nascimento, assume supremacia e rotula os outros que vieram para cá de imigrantes que falam um «BROKEN ENGLISH» (diga-se de passagem que frequentemente são xenofobicamente conotados de menos inteligentes porque falam o inglês com um acento – estigma, alienação e marginalização social). Mas essa pessoa pode até estar inocentemente a cometer o maior pecado do mundo, por pura incúria ou ignorância, pois se ele ou ela não imigrou para as Terras do Tio Sam, um parente ainda que longínquo, no passado ainda que seja remoto, imigrou para a América.
Com efeito, os primeiros imigrantes vieram da Ásia, mas não no Ernestina, nem no Emigranti da TACV. Não vieram nem de barco, nem de avião. Andaram até chegar cá e não encontraram ninguém. E a onda de imigração continua até aos nossos dias, legal e/ou clandestinamente, fazendo dos EUA, uma verdadeira nação de imigrantes, segundo reza a história. Desde sempre, imigrantes têm vindo para cá, «The Home Of The Brave», à procura de melhores condições de
vida, e têm contribuído sobremaneira na construção desta grande nação, os Estados Unidos da América, hoje sob a liderança do Commander In Chief, o Presidente Barack Obama.
Prezado amigo imigrante, hoje mais do que nunca, naturalizar-se cidadão americano é sem sombras de dúvidas, uma das mais importantes decisões que deve tomar na sua vida. No entanto, convém notar que ao naturalizar-se cidadão americano você vincula à lei maior dos Estados Unidos da América, ao prometer lealdade à sua constituição bem como ao seu povo. Em outras palavras, isto significa que você não só ratifica mas também assume todas as responsabilidades inerentes ao facto de se naturalizar cidadão americano. Em contra partida, você ficará a beneficiar de todos os direitos e privilégios que fazem parte do pacote de benefícios que a naturalização lhe confere. É pertinente lembrar aos imigrantes Cabo-verdianos que o governo de Cabo verde concede aos seus cidadãos o direito à dupla cidadania. Isto significa simplesmente que os seus direitos na qualidade de cidadão Cabo-verdiano ficam salvaguardados e intactos.
A melhor forma de evitar deportação é naturalizar-se cidadão americano.
Referimos anteriormente à constituição Norte-Americana. Você certamente sabe que a constituição Norte-Americana dá muitos direitos a todos os cidadãos e não cidadãos vivendo nos Estados Unidos da América. Todavia, há alguns direitos que a constituição reserva exclusivamente aos cidadãos, como por exemplo o direito de votar, o passaporte americano, fazer petição a familiares, etc.
Ao naturalizar-se você ganha esse direito ao voto que é extremamente importante. Importa fazer o exercício desse direito votando em todas as eleições nos Estados Unidos, a nível local, estadual e federal. Só assim ganharemos respeito dos titulares de cargos públicos, mostrando-lhes que temos peso demográfico e também eleitoral. Como o momento é oportuno, aproveito para apelar a todos os cabo-verdianos-americanos com capacidade eleitoral, para, amanhã dia 20 de Novembro, pf, exercerem os seus direitos ao voto, votando nos candidatos que melhor irão defender os nossos interesses. Não quero dar indicação de voto a ninguém, mas não gostaria de desperdiçar a oportunidade de referir que o candidato a reeleição ao cargo de governador de Massachusetts, Deval Patrick, e o candidato a reeleição ao cargo de representante no congresso, Barney Frank, são verdadeiros amigos dos cabo-verdianos.
Barney Frank
É também oportuno realçar o facto de que os cidadãos americanos gozam da protecção do governo americano quando estiverem no estrangeiro. Esses exemplos não ilustram todos os benefícios que a cidadania americana lhes atribuem, pois com esses pretendemos apenas evidenciar os mais importantes.
Ao falarmos dos benefícios da cidadania não queríamos deixar passar despercebido, nem tão pouco dar menor importância às responsabilidades do cidadão americano. Com efeito, o processo de naturalização inclui o juramento ou seja um conjunto de promessas de entre as quais importa mencionar as seguintes: apoiar e defender a Constituição e as leis dos Estados Unidos; Jurar fidelidade aos Estados Unidos; ceder às fidelidades anteriores a outros países; servir o País quando for necessário. As responsabilidades do cidadão americano não se esgotam aí, pois são muito mais das que sumariamente mencionamos aqui.
Constitui também responsabilidade do cidadão americano participar no processo político, inscrevendo-se e votando nas eleições. Servir como júri é também uma responsabilidade do cidadão. Sendo que os Estados Unidos da América é um espaço comum compartilhado por povos de diversos quadrantes culturais e linguísticos, há quem diga que os Estados Unidos é uma sociedade tipo mosaico, o país será cada vez mais forte e potente se todos os seus cidadãos e não só respeitarem as diferenças de opiniões, diferenças culturais e linguísticas, pois são vários os grupos étnicos e religiosos que se encontram aqui a compartilhar este espaço comum.
Com todo este palavreado queremos tão simplesmente dizer que tolerar diferenças é também responbsabilidade do cidadão.
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