Irmon Kabuverdianus, Nu Uza Y Divulga Alfabétu Kabuverdianu Ofísial(AK, ex-ALUPEC)

Wednesday, December 30, 2009

MENSAGEM DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À NAÇÃO POR OCASIÃO DO ANO NOVO 2010



31 Dezembro 2009

Caros Compatriotas: Dirijo-me, neste momento, a toda nossa Nação, aos cabo-verdianos residentes cá na terra e aos cabo-verdianos que vivem nas diversas partes deste nosso mundo.

É com confiança nas nossas capacidades e possibilidades que devemos dar este passo na marcha do tempo. Pois, se nós olharmos, com serenidade, para a caminhada que fizemos durante o ano que agora finda, chegaremos certamente à conclusão que soubemos ultrapassar muitos obstáculos e conseguimos igualmente realizar muitos ganhos.
Continuamos a progredir, com segurança, na marcha por um país cada dia melhor!

No decurso de 2009, passamos por provas bastante sérias. E, com empenho e serenidade estamos conseguindo vencê-las. Na verdade, a resolução dos problemas do quotidiano, a preparação e construção de um futuro melhor para Cabo Verde têm sido e continuarão a ser um desafio permanente, enfim, um enorme, mas valioso e gratificante, investimento individual e colectivo, cujos resultados estamos e vamos continuar a usufruir.
Nos últimos meses, confrontámo-nos com a epidemia da dengue. Devemos reconhecer que, apesar da imprevisibilidade da doença, os serviços nacionais de saúde e os seus quadros estiveram à altura das exigências e necessidades da situação, facto que, além de nos reconfortar, dá-nos garantias quanto ao futuro.

Porém, o esforço empregado não deve ser interrompido!
Desejo destacar, e creio com justiça, a atitude profissional e humanitária dos trabalhadores da Saúde. Deu-me igual satisfação a participação activa da sociedade civil no esforço para a erradicação das causas e dos factores reprodutores da dengue. Representou uma tomada de consciência de responsabilidade colectiva, mas também, revelou o despertar do espírito de solidariedade e do voluntariado em favor de interesses e tarefas comuns. Ficou claro que quando nos unimos podemos vencer mais facilmente as maiores dificuldades que nos batem à porta.

A lição é que as grandes causas pedem que sejamos unidos e solidários: que nos dêmos mãos e actuemos como um só homem, animados de uma vontade única.
O país deu, assim, mostras que vem crescendo e amadurecendo. É importante e indispensável que assim seja! Pois, as nossas responsabilidades aumentam e os desafios tornam-se mais complexos e, por cima, permanentes. Outrossim, as nossas ambições e as metas que desejamos atingir, em todos os domínios da vida, reclamam igual atitude e igual confiança e o mesmo empenho e determinação. Não se pode pensar nem se deve agir de outra forma!
Numa outra perspectiva, a crise económica internacional continuou a provocar sérios danos em 2009, embora haja sinais encorajadores de retoma em várias economias. Não foi possível anular completamente os impactos negativos, apesar das medidas de contenção adoptadas pelos governos. Ainda, não produziram os efeitos previstos. Logo, é preciso esperar um pouco mais! Isso significa que se deve evitar excesso de entusiasmo nas avaliações da recuperação e manter-se prevenido e precavido contra eventuais recaídas.

Em semelhante contexto, se ao Governo cabe adoptar políticas públicas em vista à moderação dos efeitos da crise e ao estímulo da economia, aos agentes económicos, incluindo os trabalhadores, cabe agir em consequência, isto é, com lucidez, com realismo, com determinação e confiança nas suas capacidades e nas possibilidades do país.

A aposta deve ser na melhoria da gestão das empresas e dos negócios; na melhoria da qualidade dos serviços e dos produtos; no aumento da produtividade; na disciplina e moderação de expectativas; na poupança e contenção nas despesas pessoais e públicas.

Por sua vez, a actual conjuntura económica e social nacional pede maior colaboração dos cabo-verdianos. Esta é dos momentos em que a união e a conjugação de esforços de toda a sociedade são indispensáveis, a fim de se poder vencer e ultrapassar os efeitos e constrangimentos decorrentes da recessão mundial, que a todos atingiu.

Acredito que o combate pelas grandes causas deve unir o país. Transformar a economia nacional numa economia competitiva e atractiva aos bons investimentos é uma destas grandes causas, pois, contribuirá para acelerar o crescimento económico e concorrerá para a geração de mais emprego e de mais riquezas.

É certo que a economia nacional tem mantido um crescimento continuado. Porém, para que este crescimento continue sólido é crucial que mudemos de atitude e nos esforcemos mais para garantir a expansão dos sectores produtivos e de serviços e, conjuntamente, melhorar a gestão e o desempenho das empresas e, ainda, melhorar a qualidade e a produtividade da mão-de-obra.

O país moderniza-se. Está evidente no grande impulso que se regista na Educação, na Formação e na apropriação das novas tecnologias, elevando assim a cultura, a qualidade e a capacidade dos recursos humanos. No seu prosseguimento, incumbe aos actores sociais e aos agentes económicos o impulsionamento de iniciativas orientadas para maior e melhor aproveitamento das oportunidades que daí vão surgindo.

E, se repararmos bem, há transformações interessantes que estão tendo lugar na economia, de forma serena e sem alaridos, resultando em criação de um grande número de pequenas empresas e negócios. Tenhamos em vista que o somatório de pequenos ganhos acaba sempre por se converter em grandes ganhos. Por isso, esta área económica requer atenção e estímulos específicos.

Com o aproveitamento das vantagens oferecidas pelas novas tecnologias e pelos investimentos públicos, vê-se o surgimento de uma agricultura mais moderna e mais produtiva, na base de explorações familiares. É outra actividade portadora de boas perspectivas de futuro e que merece atenção. A continuar neste caminho, vamos ver em breve, e sem dar por isso, a nossa revolução verde. Contudo, para lá chegar, os agricultores são chamados a agarrar com força as oportunidades desta conjuntura favorável.

Por outro lado, estou em crer que o sistema financeiro devia estar mais atento e implicar-se mais no financiamento de mais projectos rentáveis e úteis para o real desenvolvimento do país.

Caros Compatriotas, Estimadas Amigas e Amigos,
São muitas, as tarefas que nos esperam em 2010! O nosso compromisso primeiro deve ser concorrer para manter o rumo de Cabo Verde na boa direcção: na direcção do crescimento, da modernização, de união e empenhamento colectivo no esforço de desenvolvimento e de consolidação da economia. Para tal, precisamos de estimular uma autêntica cultura do esforço e da responsabilidade pessoal; e, finalmente, renunciar o facilitismo e a improvisação. Igualmente, é indispensável incentivar, no seio da nossa sociedade, uma melhor protecção à família e um maior civismo a fim de se debelar o desrespeito pela ordem pública, pelos direitos das pessoas e pelo bem público.

Nesta mesma ordem de ideias, devemos empenhar-nos, o que é indispensável, para que o nosso Estado mantenha a sua credibilidade internacional; continue no caminho do aperfeiçoamento e da consolidação, enquanto um Estado de confiança, com instituições de confiança e eficazes e igualmente habilitadas para garantir o impulsionamento ao desenvolvimento; assegurar o respeito pela legalidade; e proteger a segurança e os direitos dos cidadãos.

Estas tarefas maiores apelam à contribuição de cada um, individualmente, e de toda a sociedade, porquanto, somos solidariamente co-responsáveis pela construção de um futuro próspero, justo e seguro para Cabo Verde.

Em 2010, estamos ainda chamados a dar respostas pertinentes a certas questões com impacto decisivo na normalização e na melhor governabilidade do futuro próximo da nossa terra. Estou a pensar na revisão da Lei Fundamental. É das situações em que se revela o grau de maturidade da cultura política de uma sociedade, assim como, o sentido de Estado e o espírito de compromisso dos seus políticos.

Espero que o nosso espírito de compromisso e desejo de bem servir estarão à altura das exigências e o país assistirá, com satisfação, a conclusão deste prometido processo de revisão. Até, porque podemos…

Finalmente, estimadas e estimados compatriotas, auguro novas e decisivas vitórias para o nosso Cabo Verde; e desejo ardentemente que entremos, todos, com saúde, com muita força, com confiança e esperança renovada no ano que dentro de horas vai começar!

Feliz e Próspero Ano Novo.

Muito boa noite! Praia, 30 de Dezembro de 2009.

Fonte: A SEMANA

Tuesday, December 29, 2009

Arbisa: Miguel Dja Ben, Undi Puétas?


Miguel Armando Montrond


Dedikatória: N ta didikâ es vérsus a memória di nha falesidu y saudozu pai Agnelo Montrond (lenbrâ e fásil pa kenha ki ten memória; diskisê e difísil pa kenha ki ten korasaun), y pa nha kiridu irmaun, Miguel Armando Montrond, nha kunpanheru di infánsia na nos lója na Djeu, di luta y labuta na Sobradu, agóra li pértu na térra lonji, ku vótus di un Natal filis y boas-entrada pa Anu Nobu. Déus txiga-nu otu anu kumâ dia di oji: ku saudi, ku pás, ku gostu y ku alegria.

Katikór-katikór!
Ramidjór-ramidjór!
Ken ki bá portinha?
Kabalin di Déus.
Ken ki ben di kabuverdi?
Arbisa: Miguel Dja Ben, Undi Puétas?

//

Tudu kuza na bida ten se dia
Sima dia 11 di dizénbru di 2009 na lus di vérsu-l kandia
Ta ilumina dispensinha - nha grandéza y galantaria
Arbisa sabi e xegada di Miguel na Mérka ki bira ku más alegria
Más ki kantu Cristóvão Colombo txigaba li na 1492
Ka podê ten otu puezia ki ta rima más ku korasan viuva di Maria

//

Miguel ben ku sol di rikéza na bagaji
Mar di intelijensia ta kakulâ ondia ku ronku y salabanku di koraji
Séu azuladu ku lua pratiadu pa kór y lus di Natal di sabedoria
Ki ta bira-nu kada bes más konplétu y unidu na armonia
Pa du abri largu es pórta di Mérka
Y bera prizépiu Mininu Jizus, resebê kes otu ki fikâ

//

Enkuantu ki uns txorâ di kontentéza
Otus matâ sodadi ku abrasu y morabéza
Distinu e filisidadi di es xegada puétiku móda B. Leza

//

Si morrê e sunhâ iternamenti ku bida
Speransa gó e amor ki ta ardê di dór na dispidida
Di regrésu di kes ki bai ki ka ta ben nunka-más
Só na puezia di partida
Brankinhu sima névi se kirida
Riba Kutélu na avenida
Na kanbar di sol di sonhu merkanu
Let America be our beloved land of opportunities

Agnelo A. Montrond

Friday, December 25, 2009

Mariva and Mark's wedding – Casamento de Mariva e Mark



Merry Christmas and a Happy New Year

Joyeux Noël et Bonne Année

Feliz Natal e Prospéro Ano Novo

Filis Natal y Bon Anu Nobu

Prettige kerstdagen en een Gelukkig Nieuwjaar!

Zalig kerstfeest en Gelukkig Nieuwjaar

Buon Natale e felice anno nuovo

Feliz Navidad y próspero año nuevo!


Thursday, December 24, 2009

Jovem de 18 anos contínua desaparecido no mar de Murro Ilhéu, na localidade de Atalaia, Mosteiros, Fogo




Por António Pires

Vila de Igreja, Mosteiros 23 de Dez (CMM) - Um jovem de 18 anos de idade, natural da localidade de Atalaia, Município dos Mosteiros, foi, segunda-feira, arrastado por uma onda na zona balnear de Murro Ilhéu, e está desaparecido desde segunda-feira, dia 21. Alfredinho integrava um grupo de 11 pessoas que foram à pesca.


O desaparecido e um outro colega de 20 anos encontravam-se separados do resto do grupo quando foram arrastados por uma onda. O jovem de 20 anos sofreu apenas escoriações mas conseguiu safar-se do mar, enquanto Alfredinho, que não sabia nadir, desapareceu.

A Polícia Nacional tomou conhecimento do ocorrido e 5 agentes, acompanhados de voluntários da Protecção Civil, familiares e populares dirigiram-se ao local, para efeitos de busca e salvamento. No entanto, devido às dificuldades de acesso ao local, e à falta de iluminação, ainda o jovem não foi encontrado. O mar muito agitado tem dificultado as operações de busca e salvamento.

Fonte: http://www.cmmost.cv/en/social-jovem-de-18-anos-cont%C3%ADnua-desaparecido

Tuesday, December 22, 2009

Brockton Celebrates Cape Verdean Creole



by PAULO GOMES
13. December 2009

BROCKTON - On Friday December 4th Brockton, MA was marked by a very pleasant, culturally diverse event at Sodade Terra Restaurant. I had the pleasure of joining friends who not only came to learn but also to share at the event, hosted by Professor Agnelo Montrond. The atmosphere was casual and inviting to all who attended. I had the opportunity to speak with Mr. Montrond just before the start of the event and asked him what his motivation for such an event was. Mr. Montrond highlighted that the purpose of the event, which has become a custom for his “Beginning Cape Verdean Creole I” course at Massassoit Community College, is to celebrate the end of the semester and to promote continued learning for his students who came to participate in the program. The event encourages continued learning, by sharing aspects of the Cape Verdean culture through our food, music and dance. Agnelo states that this is an important part of the learning process and should not be overlooked.

I was curious to know Professor Montrond’s thoughts on the bill which would officialize Cape Verdean Creole language under a constitutional revision. As we know now, this bill did not pass in the Cape Verdean parliament. He explained that it does not affect him at all as a teacher in the United States, but feels disappointed that the language has not been made into law in Cape Verde. He reminded me that although the language has not been made into law, it does not mean that people will stop using and learning it. He also admits his frustrations with those who oppose the officialization of the language. Agnelo states that these opponents argue that conditions are not available in Cape Verde to officialize it but yet cannot state what exactly these conditions that Cape Verde lacks are. Agnelo foresees that this is an obstacle that can be conquered with time. He goes on to say that the colonization of Cape Verde had a deep impact on its people and some are still mentally colonized. It is a process of the current and ongoing struggle for independence: first we won our partial independence and became a sovereign state but as you know there are other areas where there is still work to be done, he adds.

Those who were present had the pleasure of hearing seven of Professor Montrond’s students display their new linguistic abilities, sharing stories and jokes in Cape Verdean Creole. There was even a song performed by Kyle Reed who started the night off reading a joke. I had the opportunity to speak with a few of these students. I was interested in knowing the students’ overall opinion of the course and the reasons they decided to take Beginning Cape Verdean Creole I course. Jamie Melchionne stated she enjoyed having gone through the course. She felt it was important because it would help her in her job as a nursing assistant at the Brockton Hospital and more importantly she adds, because she wants her daughter to learn and be able to speak Creole with her fiancée Danny Miranda. Danny, who was also present at the event is a descendant of a Cape Verdean parent and wanted to be there to support his fiancée. Caden Costello also enjoyed the experience and added that the course was an eye-opening experience. She signed up for the course because she was curious about the language and because she works along side many Cape Verdeans. “Learning a second language will help me be better able to interact with the people I work with,” she adds. Manuel Silva is a student with a very interesting story. Hailing from Carver, MA, he attended the course because he wanted to learn the language of his forefathers. He shared that his family had come to America in the early 1900s. Manuel remembered the language his grandparents spoke, which was a mystery to him and how much he wanted to learn it. He had the opportunity to go to Cape Verde for the first time at 69 years of age and enjoyed his trip immensely, traveling from Santiago to Santo Antão, Fogo and other islands. After returning from his trip, he signed-up for the course so that he would be better prepared for his next trip which he hopes to be very soon. Manuel stated that the course was enlightening and provided him with the necessary foundation for his continued learning.

After the students presented, it was time for the guest speakers. Alberto Pina who is a well-known community leader and president of FORCV talked about the importance of media in bringing Cape Verdean communities together from all corners of the world and in advocating for more participation between all who are interested in taking part in a constructive dialogue whether in the Cape Verdean community or in the broader community at large. Adriano Cabral is a teacher in Rhode Island and in his speech he highlighted the importance of civic engagement within the Cape Verdean community and thanked the students who provided wonderful examples for others to not only continue to learn but to engage in learning that brings people together. Jass Stewart was the guest of honor. Stewart is the newly elected City Councilor at-large for the city of Brockton and was there to support the idea of continued learning and active participation in the community. He also reminded all of us that he is determined to represent the diverse perspectives within the city and looks forward to advocating for the residents of Brockton.

This was truly a unique event in the city of Brockton. It was an inspiring evening that brought many people of diverse backgrounds together in one venue to share their stories and their experiences with a new language. One can only hope that Professor Montrond will continue to do this important work in the city of Brockton, building bridges between communities and advocating for his beloved Cape Verdean culture.

Source: FORCV
http://www.forcv.com/articles/post/2009/12/13/Brockton-Celebrates-Cape-Verdean-Creole.aspx


Saturday, December 12, 2009

Convergência Linguística Em Brockton, USA!



Por Agnelo A. Montrond*

Crónica: Brockton, 5 de Dezembro de 2009: Good evening, bon soir, buenas noches, boa noite, bonoti, 晚上好 (pronuncia uanixanhau). Foi assim que comecei por saudar os presentes: em Inglês, Espanhol, Português, Kriolu Kabuverdianu, e Chinês tradicional, respectivamente. De facto, foi uma honra e um privilégio acolher os americanos e cabo-verdianos-americanos, hispânicos, brasileiros, cabo-verdianos, e chineses que participaram do evento de ontem à noite, no restaurante Sodade em Brockton, EUA. É de realçar que a morabeza cabo-verdiana marcou a sua honrosa presença junto dos amigos dos cabo-verdianos que vieram de várias partes da Nova Inglaterra para celebrar a nossa riquíssima cultura com os estudantes do curso de Língua e Cultura Cabo-verdiana, no Massasoit Community College.

Esse evento foi sem sombras de dúvidas uma oportunidade ímpar para os beneméritos estudantes socializarem com alguns cabo-verdianos, embaixadores naturais da nossa cultura. Assim puderam sentir o verdadeiro “perfume” da nossa cultura, o real sabor da gastronomia típica cabo-verdiana, e o verdadeiro ritmo da nossa música, num ambiente caloroso e acolhedor, que respirava a cabo-verdianidade.

Apraz-me agradecer a administração do Massasoit College, especialmente a Professora Cristina Ajemian, chefe do Departamento de Línguas Modernas, autora da sábia iniciativa de oferecer Cursos de Língua Cabo-verdiana nesta área, que contribuiu assim para que a diversidade linguística e cultural, que supostamente Massasoit deve protagonizar e espelhar no seu currículo, aconteça de facto. Desde logo, vem emergindo no nosso seio, essa extraordinária e tremenda contribuição na árdua tarefa da promoção, valorização e divulgação da nossa língua nativa. São iniciativas como esta que capacitam e empoderam a nossa diversidade linguística e cultural, transpondo barreiras, facilitando e acelerando o processo de integração e adaptação dos cabo-verdianos e e outros grupos minoritários à cultura americana anfitriã.

Junto-me aos estudantes em apreço, para agradecer o proprietário do restaurante Sodade, que disponibilizou-nos o restaurante, tornando-o acessível para eles. A nossa especial gratidão vai igualmente ao famoso DJ, Francisco Rosa (professor no Brockton High School). Os nossos melhores agradecimentos e reconhecimentos são extensivos a todos os participantes do evento, que contribuíram para o grande sucesso do mesmo. Não podia deixar passar despercebido a honrosa participação da enfermeira Francisca Andrade, do conhecido homem de negócios, o Sr. Orlando Monteiro, do professor Dr. Júlio Carvalho (Gulibá), e dos meus colegas professores no Brockton High School: Domingos Andrade, professor de Matemática; Américo Motta, professor de Português, e Ren Li, professora de Chinês.

O momento alto do evento foi quando os estudantes compartilharam com os presentes um pouco do que aprenderam no curso de Kriolu, através de uma demonstração que incluiu algumas anedotas e recitação de poemas em Kriolu. Isso foi motivo para impressionar muita gente, sendo que alguns conseguiram aproximar de muito perto a pronúncia de um nativo cabo-verdiano. Assim, evidenciou-se um elemento convincente adicional que prova o quão fácil é a aprendizagem do Kriolu com o Alfabétu Kabuverdianu, AK (ex-ALUPEC), recentemente instituído pelo decreto-lei número 8/2009.

Em seguida, usaram da palavra as seguintes individualidades:

1) Alberto Pina, Presidente de FORCV.COM, que teceu algumas considerações elogiosas sobre o evento e analisou o papel da comunicação social no desenvolvimento da nação cabo-verdiana global; para ele, o evento é nobre e necessário para a nossa própria auto-estima, pois sentimos orgulhosos ouvir e ver americanos a ler e a falar o nosso Kriolu. Enfatizou que a aposta certa da nossa comunicação social deve ser na promoção da nossa cultura, formando e informando os cabo-verdianos espalhados pelos quartos cantos do mundo, fazendo com que fiquem cada vez mais apegados à nossa cultura e ao kriolu. O Presidente e Editor da FORCV.COM foi mais longe, e assegurou-nos que com a aposta nessa estratégia e táctica, o Kriolu continuará a ganhar uma dimensão cada vez maior, sobretudo na internet. Acrescentou que FORCV.COM sempre apostou na promoção, valorização, e divulgação da nossa língua nativa e da nossa cultura como factores essenciais para a necessária união da família cabo-verdiana;

2) Adriano Cabral, um conhecido activista da comunidade, que é professor em Rhode Island, sumariamente abordou algumas questões de foro social e educativo em Brockton; ele pôs a tónica na segurança e no necessário entrosamento e respeito mutuo que deve existir entre os agentes da polícia e os membros da comunidade, por forma a evitar que haja azo para percepções erróneas de abuso de poder ou desrespeito à autoridade, condição sine qua non para o efectivo e equitativo desempenho das suas nobres funções; fez igualmente referência à violência e à criminalidade que infelizmente ainda constituem uma preocupação para o poder local em Brockton, e fez alusão aos recentes actos de violência perpetrados em Brockton, onde um jovem cabo-verdiano de 23 anos de idade foi morto a tiro, e um jovem americano foi baleado num tiroteio no Brockton High School, mas felizmente já se encontra fora de perigo de morte;

3) O principal orador do evento foi Jass Stewart, recentemente eleito «Councilor-At-Large», ou seja deputado municipal em Brockton, e será empossado no dia 4 de Janeiro, p.f. Reiteramos que Jass Stewart foi candidato ao cargo de Presidente da Câmara de Brockton, por duas vezes consecutivas, em 2005 e 2007. Na altura teve um forte apoio dos cabo-verdianos, e o Kriolu foi uma das línguas de campanha. Em suma as intervenções de Jass Stewart incidiram essencialmente sobre o seguinte: a necessidade da mudança estrutural em Brockton reflectida no orçamento municipal para o próximo ano fiscal; prometeu intervenções ancoradas no inquérito que recentemente levou ao cabo junto do seu eleitorado, as quais podem servir como instrumento para medir o seu sucesso na assembleia municipal de Brockton; disse-nos que partilha muitas ideias com a eleita Mayor de Brockton, a Sra. Linda Balzotti, e citou alguns exemplos como a criação de empregos e oportunidades para a camada juvenil, eleger a segurança como prioridade na cidade dos campeões; Jass Stewart também teceu algumas considerações sobre as vantagens de pequenas escolas alternativas para acolher os alunos que não estejam a ter sucesso académico em escolas grandes, como por exemplo, o liceu de Brockton; em matéria de educação, abordou uma outra novidade, que é o «Early College High School Initiative», ou seja uma iniciativa que está sendo implementada em mais de 200 escolas em 24 estados e no distrito de Columbia, onde alguns estudantes liceais, que são os primeiros nas suas famílias a ir para a universidade, ou oriundos de famílias com fraco poder económico, ou filhos de imigrantes recem-chegados aos EUA, que ainda estão a aprender o Inglês, como é o caso de vários estudantes cabo-verdianos, têm a oportunidade de completar, ainda no liceu, o «Associate Degree», que corresponde a 2 anos de estudos universitários (Bacharel); garantiu-nos igualmente que ele será assumidamente a voz dos cabo-verdianos e das cabo-verdianas na assembleia municipal de Brockton, ou seja «City Council», e que pautará pela responsabilidade que seu eleitorado depositou nele;

Os aludidos estudantes representam um enorme orgulho para a nação cabo-verdian global, pois são indivíduos como elas e eles que farão uma diferença positiva no mosaico linguístico e cultural na nossa comunidade. Deve-se referir que é exemplar, essa decisão de começar a aprendizagem e o desenvolvimento da língua cabo-verdiana, a língua falada por cerca de um quarto da população de Brockton. Tal iniciativa é acolhida com muita dignidade no seio da comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos e é certamente entendida como um «joint-venture»: os cabo-verdianos aprendendo o inglês e os Americanos aprendendo o Kriolu kabuverdianu. Que maravilhosa plataforma de convergência linguística, que coloca os membros da nossa comunidade na intersecção dos esforços recíprocos capazes de quebrar as barreiras de comunicação, abrindo portais de intercompreensão, cultivando a tolerância e o respeito para as nossas diferenças individuais. Tudo isso faz-nos acreditar que ido é a era em que a comunicação era feita apenas em Inglês. Os Estados Unidos de hoje, é um espaço comum, uma espécie de um mosaico de várias culturas e línguas. Inspirado no que disse o nosso Presidente Barack Obama, pensamos que a aprendizagem de outras línguas e culturas é um factor-chave na influenciação positiva das mentalidades dos cidadãos americanos que ficarão melhor preparados para compartilhar esse grandioso espaço comum – The United States of America.

Esse evento cultural, es noiti kabuverdiana pa selebra kultura kabuverdiana, foi uma iniciativa privada dos estudantes, que contou com a minha habitual cooperação e colaboração, sem nenhum tipo de patrocínio. Em estreita parceria com a comunidade, mantemos apostados em realizar mais eventos desta natureza, sob o lema: Capacitando-nos com Cultura, Valorizando a nossa Língua Materna e a nossa Cultura; Pa Un Kumunidadi Fórti Y Kada Bes Más Toleranti Y Unidu Na Diferénsa.

*Agnelo A. Montrond,
Cape Verdean Language Instructor
Massasoit Community College & Bridgewater State College

Friday, December 11, 2009

Bilingual Club is there to help



Members of the Bilingual Club are, front row from left, Elizandro Cardoso, Walter Andrade, Emanuela Centeio, Mayara Andrade, Denilse Goncalves and Afrodite Mota. Middle row from left, Mrs. Banell, Kervens Pognon-Michel, Jose Alves, Esmael DaCosta, Bronly Vilnaigre, Carla Rodrigues and Endira Veira. Third row from left, Tiago Almeida, Flora Antunes, Robin Alvarado, Etson Alves, Helton Monteiro, Ilda Monteiro, Vicencia Barbosa, Eva Lopes and Telma Mendes. Top row, Anderson Fontes.

By Elena Banell
BHS BILINGUAL CLUB

BROCKTON — Life is made up of bad and happy moments that we all have to pass through in order to achieve our goals.

Everyone in this whole world has a dream. Do you know what your dream is?

The bilingual students of Brockton High School would like to see everyone realize his or her goals.
When we first came to the United States of America, we felt so alone because we had left almost all of our friends and families behind in Cape Verde, Haiti and El Salvador. We thought that life in the United States would be very different, but we were so wrong because here you have to fight for your future like we do in our countries.

Though we have to learn a new language, we believe that this is truly the land of opportunity. There are more schools of higher education, more colleges and universities, and there are also more job opportunities.
We have very different goals for the future. Some of the careers that we have chosen are as follows: doctor, pediatrician, pharmacist, architect, flight attendant, singer, model, lawyer, mechanical engineer, detective, scientist, pilot, soccer player, police officer, actress, teacher and fashion designer.

All of us feel privileged to be studying at Brockton High School because the educators and administrators, including the Bilingual Department head, Ms. Carreiro; the principal, Dr. Szachowicz; and the associate principal, Ms. Lefort, are helping and encouraging all students to learn.

Our teachers give us homework almost every day and insist that we do it even though there are times when we would rather not.

Source: http://www.enterprisenews.com/news/education/x1758134465/Bilingual-Club-is-there-to-help

Thursday, December 10, 2009

CABO VIDEO APRESENTA II SESSÃO TODO MUNDO CANTA


Valdir Alves - O Homem dos varios talentos

CABO VIDEO

APRESENTA:


II SESSÃO

TODO MUNDO CANTA


IDEAL CLUB INC

14 west union street East

Bridgewater, Ma 02333

12 DE DEZEMBRO

7 pm -1am

Venha apreciar NOVA

 REVELAÇÃO DE VOZES

John Miranda e seu conjunto

Ze Galvao-Baixo, Pulan

 Miranda-Guitarra, kim

 Spinola-Teclados

Entrada: $25.00 incluido jantar

Para mais informações

telefone:

Armando Madeira:781-603-7004

Valdir Alves: 774-274-8179

Cabo Video: 508-588-8843

Inscreva-se! Participe! Apoie!

Monday, November 30, 2009

UNIQUE CULTURALLY DIVERSE DINNER EVENT & MEETING WITH NEWLY ELECTED CONCILOR-AT-LARGE IN BROCKTON JASS STEWART



By Agnelo A. Montrond*


On Friday, December 4th, at 6:00 PM, we will be hosting an end of semester unique culturally diverse dinner event at the Cape Verdean Restaurant Sodade, 1145 Main Street, in Brockton, to celebrate with the students who, in the fall, enrolled in the Beginning Cape Verdean Creole I course at Massasoit Community College. It will certainly be a fine opportunity for them to socialize, have a real taste of the Cape Verdean culture, typical gastronomy, music and more, in a very supportive, friendly and nurturing atmosphere. Some students will demonstrate basic communicative learning gains acquired in the course, and will tell short funny stories in Creole.

It is people like them who will make a positive difference in our community. They have made a very wise and exemplary decision to commence the learning and development of the Cape Verdean language, the language spoken by one of the fastest growing minority groups in Brockton. This course has been of interest to all those who interact with Cape Verdeans either socially or professionally.

The keynote speaker will be Jass Stewart, who was elected Councilor-At-Large, in the November elections in the City of Brockton. Jass will address the audience and will listen to some concerns community members may have.


This event should be a culturally rewarding experience and all are cordially invited to participate.

*Agnelo A. Montrond, Instructor
Massasoit Community College

Saturday, November 28, 2009

Posto Escolar Número 39 – Ribeira do Ilhéu


Pa Agnelo A. Montrond

Nakel ténpu, mundu éra otu
Argen éra tudu unidu
Móda bagas di ruman di Péna Ratxadu
Sen nada ma ku tudu

//

N ta lenbra di nha pruméru prufesor
Minina Néta ki xina-nu “Heróis do Mar”
Palmatória éra ruspetu y rigor
5 di Julhu di 1975 inda staba na ar

//

Ai kel rekrêiu kumó éra sabi pa nos tudu!
Mininas ta brinkaba róda ta kantâ estantira tudu dikoradu
Ki Ntoninhu Purkópu ta obiba es na Seladu
Otus ta djugaba pédra: ais-un … as-kruzadas …
Mosus ta fazeba u-éni-trial prumeru
Pa brinkaba un pur un … séti ki leva nus ku …
Kes otus ta djugaba djinba
Ó ta kokiba ku tapu serveja lója ka Guinélu di Manina
Tó ki txigaba óra di sabatina


//

Tinha sinéma bibu y sinéma mortu
Fórti N ten sodadi di kel ténpu
Ki Nho Padri ta mostraba-nos na kaza skóla
Ténpu ki ba y ka ta voltâ nunka más na mundu

//

N ta lenbrâ klarinhu di kel ténpu
Ki Casimiro éra nha prufesor na kuarta klasi
Kantu el dizenhaba Amilcar Cabral na kaza skóla
Y pa ignoransia gentis tudu fikâ revoltadu ku kel róstu
Ki rádiu kóntra banda frâ ma éra “Kontra Nasaun”

//

Minis korré di Kutélu barâ Serkinhu
Bá Kanal, ben Ruberinha
Ku bandera di UPIC na mon
Ta gritâ inosentimenti: VIVA PORTUGAL
Abaixu AMILCAR CABRAL
Ki lutâ pa liberta-s di jugu kulonial
Y da-s direitu di kantâ ses própi inu nasional
Sol suor Verde o Mar … Nós vamos construir na Pátria Imortal
A Paz e o Progresso

//

Nha genti ignoransia dja ten fórsa
Kel ki kontiseba ku indipendênsia
Sa ta kontisê gosin ku nos lingua Kriolu
Ta gritadu inosentimenti ku lingua kunpridu na bóka
VIVA PURTUGES nos lingua ofisial
Abaixu ofisializason di KRIOLU
Kondison inda ka sta kriadu
Ki nporta-nu la

//

Du pruveitâ du liderâ es misaun suisida rabentóla
Pa du ka xâ es akordu bá pa dianti
Asin du ka ta fikâ pa trás

//

Trumódi povu e móda toru
Un mininu el só podê leba-l pa fonti
Un mininu podê marra-l y dismarra-l
Un mininu podê po-l un tornel
Un mininu podê leba-l pa matadoru …

Agnelo A. Montrond

Friday, November 27, 2009

José Maria Neves recebe condecoração de Lula da Silva e admite que o Brasil é a sua outra pátria

O primeiro-ministro José Maria Neves recebeu hoje das mãos da embaixadora do Brasil em Cabo Verde, Maria Dulce Barros, a Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco. Num momento de “muita emoção e orgulho”, JMN dedicou a condecoração à mãe e a Amílcar Cabral, os seus heróis. O governante assumiu no acto que o Brasil é também a sua Pátria e reconhece que nunca outro presidente brasileiro deu tanta importância aos países africanos de língua portuguesa, como Lula da Silva.

Membros do governo, corpo diplomático, parentes e amigos compareceram hoje na residência da embaixadora do Brasil, Maria Dulce Barros, para assistir à entrega da condecoração que o presidente Luis Inácio Lula da Silva outorgou ao primeiro-ministro de Cabo Verde. José Maria Neves reconhece que tem no Brasil, onde fez a sua formação, também a sua Pátria. Segundo ele, “nunca nenhum Presidente brasileiro deu tanta importância a Cabo Verde e aos países africanos que falam português”.
“Lula da Silva tem colocado novas pedras no relacionamento com o continente africano. Deu uma outra dimensão a África. Há uma forte vontade política de construir um novo relacionamento com a África e também valorizar a comunidade afro-brasileira”, elogiou, num tom emocionado.
Convicto que Cabo Verde “pode desempenhar um papel importante entre a África e o Brasil”, JMN recorda que o país “já desempenhou o papel no passado” e elogia Lula da Silva por o Brasil ser, neste momento, “um país com uma economia vibrante e mais competitivo”.
“Este Presidente está, sobretudo, a realizar sonhos de milhões de brasileiros, de um Brasil mais igual e mais solidário”, reconhece. Não deixando de elogiar os feitos de Lula da Silva, José Maria Neves considera que o Brasil tem “uma grande posição no mundo, porque o Presidente faz tudo para fazer crescer o país”.
Um relacionamento que, segundo a embaixadora, Maria Dulce Barros, “é exemplo raro, nas relações internacionais de cooperação intensa, ao longo dos últimos 34 anos”. “Nos últimos sete, o nosso comércio aumentou oito vezes mais e ainda poderá crescer”. Segundo a diplomata, “há estudos de mercado e missões empresariais que poderão revelar novas oportunidades, tendo como base um plano estratégico entre Cabo verde e o continente”.
Com uma “grande identidade” entre estes dois países, como a música, literatura e cultura, José Maria Neves promete não esquecer o Brasil e trabalhará “de sol a sol, incansavelmente, para o bem comum”. “Levantarei bem alto o nome do Brasil, agora com esta responsabilidade acrescida”, garante.
Citando músicos e poetas brasileiros e cabo-verdianos, José Maria Neves dedica a condecoração à mãe, sua heroína, e a Amílcar Cabral, o seu herói, figura "que deve ser exemplo a toda a juventude cabo-verdiana” e não deixou de termina as suas palavras sem recitar “Você, Brasil”, poema do cabo-verdiano Jorge Barbosa.

Fonte: http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article47578&ak=1
Texto:IMN
Fotos: Eneias Rodrigues

Manuel Veiga: 'Rejeição da Proposta de Oficialização do Crioulo Representa Uma Derrota Política Para Aqueles que Não a Aprovaram'


O ministro da Cultura de Cabo Verde afirma que não pedirá a demissão por causa de o projecto de oficialização da língua cabo-verdiana ter sido excluído da revisão constitucional.

Manuel Veiga sublinha, em declarações à agência de notícias cabo-verdiana Inforpress que, apesar de se considerar "insatisfeito", não vê razões para pedir a demissão, uma vez que não concorda que tenha sido politicamente derrotado.

"Representa uma derrota política para aqueles que não a aprovaram, porque aquilo é uma causa justa que todos reconhecem", diz Manuel Veiga, recordando que a oficialização da língua cabo-verdiana (crioulo) já foi conquistada com a independência de Cabo Verde, em 1975, e está reconhecida na própria Constituição da República, de 1999.

Manuel Veiga assinala ainda que, como ministro da Cultura, sempre defendeu a valorização e o reconhecimento da oficialização da língua cabo-verdiana, tendo feito tudo o que lhe era possível nesse âmbito. Por isso diz-se "insatisfeito" com a rejeição da proposta por parte do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), sublinhando, porém, não encontrar razões para estar frustrado e tão pouco para se demitir do cargo. "Não aconteceu (a oficialização do crioulo) e pode não acontecer mesmo na vigência de Manuel Veiga enquanto ministro da Cultura. Ficaria muito mais satisfeito se isso acontecesse; mas por uma coisa que não tenho responsabilidade não posso sentir-me frustrado".

Manuel Veiga adianta, por outro lado, que, estando ou não no Executivo, vai continuar a batalhar em prol da afirmação do crioulo e da cultura cabo-verdianas.

No seu entender os defensores do crioulo "ganharam força" para continuarem a defender a sua legitimação, e a recusa da proposta de oficialização por parte do MpD "não será um retrocesso", nem vai pôr em causa a institucionalização do crioulo. O que ficou impedido, segundo o governante, foi a concretização do propósito do Governo, que era o de legitimar o dever e direito de se aprender e usar a língua, já garantidos na actual Constituição, lembrando que já existem gramáticas, dicionários, livros, romances e outros instrumentos escritos na língua cabo-verdiana.

Manuel Veiga admite porém que o número de professores formados para ensinar a língua cabo-verdiana nas escolas do país ainda é "insuficiente", pelo que o Governo está a apostar na formação de professores no ensino superior.

Em relação ao problema da escolha da variante linguística a ser oficializada, apontado como um dos principais obstáculos à institucionalização do crioulo, o ministro, que é linguista de formação, explica que a ideia era oficializar todas as variantes existentes no país para permitir não só a compreensão entre os falantes como também a transição para uma fase de unificação linguística no futuro.

Na escrita e na administração pública os serviços poderiam não estar 100% preparados para emitir documentos oficiais em qualquer das variantes, mas Manuel Veiga desvalorizou a questão, afirmando que o uso de qualquer variante seria admitido, além de que a outra opção seria o recurso ao Português.

O acordo para a revisão constitucional foi assinado terça-feira pelos líderes do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), José Maria Neves (igualmente primeiro-ministro) e do MpD, Carlos Veiga, em que ficou excluída a inclusão da oficialização do crioulo.

Sunday, November 22, 2009

Lingua Más Sabi E Kel Ki E Di-Nos



Pa Agnelo A. Montrond

Dedikatória: N ta dedika es puema pa tudu menbrus di nos Parlaméntu na Kabuverdi

Lingua más sabi e kel ki e di-nos
El e ki e txabi ki ta abri-nu porton di nos ilha
Pa nu kumunika sen kenhenhi na tudu djeu
Sen burgónha, na tudu repartison
Sen médu, na tudu tribunal
Sen mantxontxa y sen érru, na skóla
Má ku liberdadi tudu óra y na tudu kau
Y ku lejitimidadi konstitusional na Parlaméntu


//

Lingua más sabi e kel ki e di-nos
Kriolu bo e taun grandi ki ningen ka pode ranja diskulpa pa rabaxa-bu

//

Ai si nu ka ofisializa-l
Iklipsi na nos alma pode ser total
Arbisa sabi N pode ka ten pa N da-l
El ki sta di vizita na Sal
Y nos mininus pode ben pasa mal

//

Lingua más sabi e kel ki e di-nos
Kriolu, bo e taun grandi ki ningen ka pode ranja diskulpa pa ka ofisializa-bu

//

Forsa di Kriolu
Nos lingua di bérsu
Ki e itérnu y imortal
Abri fódja di libru di nos konstituison en flor
Skrebe na tudu variantis ki bu ten
Ma si Purtuges e grandi y el e amor
Abo inda bu kre-nu más txeu pamódi bo e maior

//

Kriolu, abo e taun grandi ki ningen ka pode inferioriza-bu
Nen forsa di Kretxeu ki Nho Eugenio dedika-bu
Skrebedu gó ku alfabétu npristadu na Luis de Camões
Ki kantadu na Japon ku vós di oru di nos rainha Cesária
Ku pé na txon di orgulhu di nos ré maior

//

Melodia di Nha Kodé di Pedro Cardoso nina-bu sima mininu Jizus
Ta obi robéka franses di Linkin
Ta geme dór di nos dór na Rubera Djeu
Na mi menor ku arku Rubera Nhor Dés

//

Lingua más sabi e kel ki nu kre pa batizadu
Ku el nu ta ntendedu na tudu kabu
Ku el nu ta konbersa ku Deus
Y nos konbérsu ta txiga séu y ta obidu

Agnelo A. Montrond, USA
aamontrond@yahoo.com

Monday, November 16, 2009

Crioulo é tema de pesquisa numa das maiores universidades dos Estados Unidos

Carla Martin


A ligação entre a música e a língua em Cabo Verde é tema de uma pesquisa de doutoramento que está sendo desenvolvida numa das maiores universidades do mundo - Harvard. O trabalho, que abrange a área de antropologia, sociolinguística e música, está sendo desenvolvido pela norte-americana Carla Martin que conheceu Cabo Verde em 2003. Entretanto, diz que, na sua adolescência conviveu muito com cabo-verdianos naquele país, já o crioulo propriamente dito surgiu no seu percurso em 2002 na Universidade de Harvard.

A pesquisa abrange também a língua crioula, em todas as variantes, e sua valorização na música - " uma música muito rica que fez Cabo Verde atravessar o mundo inteiro, numa língua pouco conhecida e falada", diz. Quando veio para Cabo Verde em 2003, Carla ficou um ano na Praia vivendo com uma família da ilha do Fogo. Desde aquela época sempre vem de ferias ao país e hoje fala um crioulo que deixa qualquer um na dúvida: Será que ela é natural da ilha do Fogo, de Santiago ou da Brava? Já que ela sempre conviveu com pessoas dessas ilhas e foi adaptando os sotaques. Entretanto, não acredita que se expressa muito bem na língua crioula e justifica "já posso expressar e escrever quase sem problemas, mas não me sinto fluente ainda".
Pesquisa
"Eu percebo que o português é muito usado em outros espaços em Cabo Verde, como na sua rica literatura. Já na música me parece ser sempre obrigatório o uso do crioulo. Assim, no meu trabalho questiono porque é que isso acontece e já tenho várias possíveis respostas: pode ser porque a língua materna expressa melhor a alma do cabo-verdiano, pode ser porque é a língua materna e as pessoas ficam mais a vontade usando-a ou então porque a música é um espaço seguro, onde o português não tem que ser usado", diz.
O crioulo também é visto pela pesquisadora como sendo um ponto, importante, para ligar Cabo Verde com a diáspora, já que a diáspora fala apenas crioulo, "tanto que para mim parece que os Estados Unidos já é outra ilha de Cabo Verde e as pessoas preferem até notícias escritas em crioulo ao invés de português, por exemplo". Pelo trabalho que ela vem desenvolvendo, a doutoranda percebe também que a língua materna do cabo-verdiano tem uma forte importância no desenvolvimento cultural do país.
O trabalho, também, abrange a Rádio Praia Fm, porque mais de 90% da produção da estação é feita em crioulo. Nesses anos de pesquisa ela diz que reparou que, de maneira geral, antes as rádios do país tocavam músicas feitas por americanos, brasileiros, portugueses e outros e hoje percebe uma inversão de valores, uma vez que a maior parte das músicas que tocam é de cabo-verdianos residentes no país ou na diáspora, em crioulo. Esse facto é considerado por Carla como uma excelente forma de promover o nacionalismo, através da língua.
Apesar de considerar cedo para tirar conclusões já que o trabalho só vai ser apresentado em 2011, Carla já pode dizer que o desenvolvimento do país vai continuar a passar pela música. E também que o crioulo é importante e indispensável para o desenvolvimento do arquipélago. E vai mais além " talvez pelo facto de o crioulo ser um espaço seguro para o cabo-verdiano, deveria-se aproveitar para usá-lo, também, no ensino em Cabo Verde e em outros espaços no país porque acredito que dará oportunidade para outras pessoas subirem o seu nível de vida".
A especialista está no país pela quinta vez e sempre faz questão de visitar mais de uma ilha e ilhas diferentes para conhecer os músicos do país e poder fazer uma análise sobre a diversidade cultural e musical que torna Cabo Verde um país rico.
Ensino do crioulo nos States
Nos Estados Unidos o crioulo é parte do currículo nos liceus, onde estudam cabo-verdianos. Assim, se alguém, seja ele cabo-verdiano ou não, quiser fazer a sua licenciatura na área de estudos cabo-verdianos ele tem que aprender o crioulo. Têm que fazer dois anos lectivos para se graduar na língua. Carla recorda que o "crioulo surgiu no currículo por causa de algumas professoras que valorizam muito a língua e a importância dela para o desenvolvimento dos estudantes cabo-verdianos e acabaram por criar o currículo bilingue para cabo-verdianos que emigravam para os Estados Unidos.
O interesse pela Morabeza crioula
"O meu interesse por Cabo Verde surgiu porque cresci com muitos amigos cabo-verdianos na zona de Bóston. Mas, mesmo assim, quando eu fui para a universidade eu não sabia quase nada sobre o arquipélago. Comprei o CD Café Atlântico, de Cesária Évora e gostei muito. Foi aí que propus investigar e conhecer mais sobre esse país que produz essa música tão boa, fui estudando, pesquisando, fiz aula de crioulo na Universidade de Massachusetts e fiz lá uma grande amiga cabo-verdiana, a Inês Brito, conhecida por Nezi Brito, que dá aulas de crioulo lá. Ela me convidou para vir para Cabo Verde e dar aulas de inglês". Foi assim que Carla veio para Cabo Verde e ficou vivendo na Praia, durante um ano, com a família de Nezi Brito.
"Fiquei com uma paixão grande pelo país porque conheci uma cultura rica diferente da minha e com uma grande Morabeza". Essa última palavra ela define assim: "Se andas na rua as pessoas te cumprimentam, cumprimentas, as pessoas te convidam para sair. Se vais à casa das pessoas elas te convidam para lanchar, almoçar é algo especial. Todos têm uma amizade para com o outro. Nos Estados Unidos, é uma correria, todos os dias, que nem dá tempo para ter essa Morabeza. Estamos muito ocupados e podemos passar uma semana sem ver os nossos amigos. Mas aqui é algo diferente, as pessoas dão mais importância a convivência". Explica o que sente.
Sodade é outra palavra que ela gosta e explica com o sentimento que sentiu quando ficou um ano em Cabo Verde longe da sua família biológica. "Sei o que é porque chorei e senti aquela vontade de estar perto da família. Mas acho que saudade da música é uma saudade muito mais forte em que as pessoas sentem uma nostalgia, falta do país, da família, da comida, de tudo o que estavam acostumadas antes de viverem fora. Acho que a música de Cabo Verde expressa muito bem essa Saudade", diz com uma certa melancolia que mais uma vez a confunde com uma cabo-verdiana da gema. A culinária cabo-verdiana é outra paixão da norte-americana que, inclusive já começou a aprender a confeccionar alguns pratos, como a cachupa, cuscus, e algumas sobremesas como doces que são a paixão da pesquisadora.
16-11-2009, 20:27:15
VO, Expresso das Ilhas

Fonte: http://www.expressodasilhas.sapo.cv/noticias/detail/id/13027/

Dukuméntus ofisial na Mérka skritu na Kriolu ku Alfabétu Ofisial, AK (ex-ALUPEC)



Karu konpatrióta,

Pur favor, klika na títuli li diriba pa lé un informason inpurtanti sobri Skóla Públiku di Boston, tudu na Kriolu.

Tanbe pode uzadu es link li dibaxu li pa lé kel informason:

http://www.bostonpublicschools.org/files/IntroBPS09%20CapeVerdFINAL.pdf

Brévimenti nu ta disponibiza más links y nu ta konbida prezadus leitoris pa lé más pésas di dokuméntus ofísial na Mérka skritu na Kriolu móda MEPA, Massachusetts English Proficiency Assessment.

Obrigadu,

Agnelo A. Montrond

Sunday, November 8, 2009

Inxina Mininu Na Kriolu Ki E Se Lingua!


Pa Agnelo A. Montrond, USA

“If you talk to a man in a language he understands, that goes to his head. If you talk to him in his own language - that goes to his heart.” Nelson Mandela, Ex-Prizidenti di Áfrika du Sul.

Inspiradu pa es konbérsu sábiu y sabi di Nelson Mandela, N ta fla y N ta dimonstra euristikamenti ma: Si nu kre txiga na korason di kriansas kabuverdianu, nu ten ki inxina-s na Kriolu ki e ses própi lingua!

Di faktu, nu ten nos lingua, nos kultura, nos tradison, nos vivénsia y nos stória ki e di-nos própi, diferenti di purtuges y di otus povu. Kriolu e nos dizafrónta na kumunikason. El e nos dinominador kumun y e fator di unidadi na nos diferénsa. Má si lingua stranjeru e lingua ki un algen ta prende komu se sigundu, terseru, kuartu lingua, etc, y si Kriolu e stranjeru pa purtuges pamode e un lingua stranhu pa es, anton Purtuges tanbe e, éra, ó foi stranjeru y stranhu pa alguns kabuverdianus. Ó será ki istorikamenti/pulitikamenti Purtuges e ka stanhu nen stranjeru pa ninhun kabuverdianu? Ó antón será ki Purtuges e un meiu-térmu entri lingua stranjeru y ka stranjeru pa nos? Those are the questions!

Palavra “stranjeru” na Kriolu, “estrangeiro” na Purtuges, “stranger” na Ingles, “étranger” na Franses, ben di palavra “extraneus” na Latin, ki signifika “di fóra”, “ka di térra”, entri otus. Anton si Purtuges ben di Metrópuli, ki ta fika na stranjeru, fóra di Kabuverdi, lonji di nos gentis, dja disionáriu di Latin ta da-nu razon óras ki nu ta afirma ma pa nos kabuverdianus, Purtuges e un lingua stranjeru, pamódi e ka di térra. Purtuges e ka nos lingua nativu. Purtuges lebadu pa Kabuverdi di Purtugal y gentis foi obrigadu y forsadu a prende Purtuges na skóla, undi ki Kriolu éra pruibidu. Kriolu gó e fidju matxu lejítimu ki jera na barriga di Nos Identidadi, ki e mai orgulhóza di lingua kabuverdianu. E duedu gó pamódi Purtuges ki e «fidju fóra» e rejistadu y fidju matxu Kriolu inda ka e rejistadu. Pamódi, nha genti? Pamódi tantu injustisa? Pamódi?
Ku nos independênsia, asumidu y proklamadu só Purtuges komu nos lingua ofisial, na primeru verson di nos konstituison. Infilismenti oportunidadi ki nu tinha na kel altura, pa konsagraba valorizason y dignifikason konstitusional di nos lingua matérnu, foi sinplismenti disperdisadu. Só más tardi kantu fazedu revizon konstituisional ki artigu 9u ben kontenpla lingua kabuverdianu. Dja nu sta lonji ta bai, má inda sa ta falta-nu pa nu ofisializa y sistematiza skrita di Kriolu, nos prumeru lingua, ku bazi na alfabétu ofisial, AK (ex-ALUPEC). Padronizason y ofisializason di Kriolu e ki ta ben reforsa ensinu y aprendizájen di Purtuges komu nos sugundu lingua, ki nu ta prende só óras ki nu ta bai skóla. Ningen ka tene dúvida ma Purtuges e un patrimóniu pa nos kabuverdianus. Má ingrasadu y kuriozu e ki Purtuges e difísil pa kabuverdianus prende na skóla. Txeu kabuverdianus na liséu ta panha bons nótas na matimátika, na siênsia, na stória, etc, má ta panha mau nóta na Purtuges. E kuazi un tabu na Kabuverdi ma Purtuges e disiplina ki kabuverdianus ta panha nóta más baxu na el. Pamódi? Talves iliméntu di respósta sta na fórma ki Purtuges foi y kontinua ta ser inxinadu na Kabuverdi. Anton, ta parse-nu ma e inperativu ki mudadu alguns kuzas na sistema idukativu kabuverdianu.
Na Kabuverdi, metodolojia pa inxina linguas, sobretudu Purtuges, debe ser diferenti di kel ki ta uzadu na Purtugal, pamódi própi piskiza na ária di ensinu y aprendizájen di linguas ta rekomenda ma métudu di ensinu di lingua stranjeru debe ser diferenti di métudu di ensinu di lingua nativu. Y es mesmu rasiusíniu ta aplika a ensinu di otus disiplinas móda matimátika, fízika, etc. Ideal seria nxina mininus kabuverdianus Purtuges komu lingua stranjeru, y uza Kriolu-Purtuges, sima na «two-way bilingual program» na Mérka, pa nxina-s konseitus konpleksus y abstratu na matimátika y otus disiplinas. Es e midjór fórma pa konxe studantis, personifika aprendizájen y da kobertura a pusiveis nesesidadis individual di kada studanti. Só asin ta ivitadu ki mininus kontinua ta reprova na skóla dividu a uzu inadekuadu só di Purtuges en ves di Kriolu-Purtuges na prusésu di ensinu y aprendizájen. Y kel-li pode ser un eleméntu ki parsialmenti ta splika insusésu di alguns alunus lógu na kes primerus anus di skolaridadi. Modi ki Kriolu ta konsigi aseitason nun anbienti di kel-la? Kuzé ki debe fazedu pa muda kel situason la?

Si nu inxina kriansas kabuverdianu só na purtuges, un lingua stranjeru ki es ka ta ntende dretu, nos mensájen idukativu pode fika na kaminhu. Má si nu inxina-s na Kriolu ki e ses própi lingua, dja nu ta txiga na ses kurason. Prugrama bilingi Ingles-Kabuverdianu na Mérka, partikularmenti na stadu di Massachusetts, undi ki prugrama bilingi di liseu di Brockton «Brockton High School» foi risentimenti rikonhesidu komu midjór, e un kazu di susésu y un referênsia di uzu parsial di Kriolu komu lingua di ensinu en paridadi ku Ingles. Ku txeu orgulhu, nu ta afirma ma es prugrama e un ixperiensia di longa data, ki pode perfeitamenti ser adaptadu a realidadi bilingi di Kabuverdi. Inda ka txiga maré di nu rekonhesi nesesidadi di nos studantis papia, obi, skrebe, lé, y rasusina na ses lingua nativu y resebe idukason ki ta ruspeta ses valoris linguistikus y kultural? Será ki kenha ki sa ta dadu kónta ki obstaklus ki sa ta kolokadu na prusésu di aprendizájen di nos kriansas, si en ves di nu kria y oferese-s oportunidadi di prendi na lingua ki es ta dumina, ki e Kriolu, nu ta kuntinua ta forsa-s pa es prende konseitus akadémikus só na Purtuges, ki pa es e un lingua stranjeru?


Kriolu é prumeru lingua ki un kabuverdianu ta prendi papia. Nu ka ta prende-l, móda Purtuges, na un anbienti akadémiku. Nu ta prende-l sin, naturalmenti y na diskóntra, sen ninhun isforsu intelektual ó kognitivu, na interason susial. El ta marka personalidadi y identidadi di un kabuverdianu. Nos lingua matérnu sta-nu na nos miolu, el sta-nu na nos juis. Pur isu, Kriolu é lingua ki debi ser uzadu na skóla pa inxina mininus kabuverdianus, sobritudu na kes prumérus anus di skolaridadi, pamodi mininu dja sabi papia y el ta ntende Kriolu. Pa maioria di mininus kabuverdianu, Kriolu é úniku lingua ki es ta papia. Si erradamenti es uza só purtugês, só pamodi el ten statutu di nos lingua ofisial, má, dexa-m torna ripiti, ki pa maioria di mininus é un lingua stranjeru pamodi nunka es ka tinha un kontaktu linguistiku ku el antis, dja taréfa é mutu más difísil, pamodi es ten ki inxina kes mininus purtugês y otu disiplina, matimátika, pur izénplu, au mesmu ténpu. Talves ka sa ta dadu kónta di frustrason ki kel-la ta koloka na kabésa di kes mininus ki ta fika kondenadu a suisídiu akadémiku y ta ser vítima di ses insusésu na skóla. Ses odju y ses róstu ta mostra klaru difikuldadis ki es ta ten na ntende kuzas ki prufesor ta kre nxina-s só na Purtuges, má ki es ka ta pode prende pur kauza di barrera linguistiku.

Prubléma pode ka ser konseitus, faktus, ó kunhesiméntus, má sin lingua Purtuges ki es ka ta ntende nen papia dretu pamodi Purtuges e lingua stranjeru pa es. Nhos imajina, un mininu ki sta na primera ó sugunda klasi, ki ta mandadu pa skrebe un redason sobri «a ovelha» na Purtuges. Kel mininu é kapas di nen ka ntende kuzé ki «ovelha» signifika, y e pode ka faze nada. Prufesor debe faze ponti ku Kriolu y splika-l y fla-l ma «ovelha» é karneru, pa el pode ivita di perde un monti ténpu ta tenta splika-l na Purtuges, sen un téknika apropriadu, efisienti y efikas, y mininu pode dura ku ntendi, ó ka ntende própi. Y na kumunikason oral, ta izijidu mininu pa papia y splika só na purtugês, matérias ki pode ser linguistikamenti konpleksu y izijenti. Má pamodi ki ta kunplikadu prusésu di aprendizájen di konseitus na Purtuges es ves di el sinplifikadu na Kriolu ki mininu ta domina y permiti-l di uza se speriênsia y konpiténsia linguistiku?

Nu lenbra ma ofisializason di nos lingua nativu e garantia di se sobrivivênsia ki e indikador y garantia di viabilidadi y sustentabilidadi di nos kultura. Pur isu, nu debi skrebe y fala di nos identidadi Térra-Térra, Kutélu-Kutélu. Nos tudu nos e Kriolu. Nos e tudu irmon. Nu dexa nos imuson, konvikson pulitiku y relijiozu, partidu, ideolojia, bairrismu, etc, na un planu sekundáriu pamodi ser kabuverdianu é ka ninhun di kes kuzas la, má e un inekivuku y inkondisional konvikson di pertensa sósiu-kultural. Kal lingua ó kultura na mundu ki e midjor ki di nos? Dja nu konkista nos autonomia pulitiku, ago falta-nu e konkista tanbe nos autonomia linguistiku y kultural, pa nu skrebe nos lingua di fórma ordenadu y uniformi en ves di es forma inbrudjadamenti idiosinkrátiku, irrasional, teknikamenti insustentadu, kaótiku, sen lójika, sen kabésa, sen tonku y sen menbru, má ku lejitimidadi y aseitason.

Si na oralidade Kriolu ta dumina na Kabuverdi, dja na skrita ten un inverson di situason pamodi Purtuges ki ta dumina. Ki ason debe tomadu pa ikilibriu entri oralidadi y skrita? Bilingismu na Nos Kabuverdi di Speransa? Nos speransa e pa Kabuverdi kaminha pa un bilingismu na orizontalidadi y nunka na verikal. Nos speransa e tanbe pa prósimu revizon konstituisional abri porton di nos ilhas pa dignifikason di nos lingua y kultura, pa kaba di bes ku es anbivalênsia en relason a Kriolu y Purtuges. I have a dream; j’ai un rêve; tenho um sonho; nha sonhu e un dia obi Kriolu senpri, y kada bes más txeu, na televizon; obi Kriolu senpri, y kada bes más txeu, na rádiu, lé Kriolu senpri, y kada bes más txeu, na jornal, etc, sen ten ki senpri abandona nha lingua di bérsu pa N obi, lé ó papia senpri ku lingua npristadu na purtuges. Ti ki un stranjeru ben Kabuverdi, nu kre pa el obi ta papiadu kabuverdianu manenti na rádiu, na televizon, pa el odja Kriolu skrebedu manenti na jornal, etc. Má ti inda Kriolu sa ta ser injustisadu pa nos mídia. Nu ta da kónta, y nu ta fika tristi, óras ki nu odja ma televizon, rádiu, jornal, tantu iletróniku komu inprésu, entri otus meius di kumunikason susial, é duminadu pa purtugês.

En jeitu di konkluzon, N ta dexa klaru ma kiston sentral e ka statutu di Purtuges pa nos: stranjeru ó ka stranjeru, ó alguris entri stranjeru y ka stranjeru, Purtuges e nos lingual ofisial; el e un patrimóniu istóriku pa nos, y el e midjór eransa ki nu erda di kolonialismu, sima ki Amilcar Cabral afirma. Ka nu perde ténpu ku adjetivus y predikadus na Kriolu. Kel-li e asuntu ki sta ben tratadu na Introduson a gramátika di Dr. Manuel Veiga. Uniformizason di skrita di Lingua Kabuverdianu, ó Kriolu «tout court», na bazi di AK (ex-ALUPEC), se ofisializason, se utilizason komu lingua di instruson na skóla, en konplementaridadi ku Purtuges, e prósimu vitória y konkista di kabuverdianus, pamodi Kriolu e kel lingua ki e própi di-nos, ki nu ka toma npristadu na ningen, ki nu ka ganha na lotaria y nen nu ka ganha-l na gérra.

Agnelo A. Montrond, USA
aamontrond@yahoo.com

Tuesday, November 3, 2009

HISTORY MADE: Balzotti first female mayor, Stewart first black councilor

Linda Balzotti

The Enterprise
Posted Nov 03, 2009 @ 04:45 PM

BROCKTON — Voters have made Linda Balzotti the first female mayor in Brockton's history and African-American Jass Stewart the first black city councilor. Three incumbent councilors-at-large won new terms.
Balzotti received 7,330 votes to Harrington's 5,600, for a margin of victory of about 56 percent to 43 percent.
Harrington made a brief concession speech at about 8:35 p.m. at Joe Angelo's restaurant before supporters. "I love this city. It has been an honor to serve this city for over 20 years," Harrington told the group.
Jass Stewart

Balzotti appeared before her ecstatic supporters about 10 minutes later, saying: "I look so forward to being the mayor of this city, and leading this city."
In the councilor-at-large race, the winners were: Robert F. Sullivan 7,546 votes; Thomas G. Brophy, 6,820; Todd G. Petti, 6,025; and Stewart, 5,920.
Timothy Sullivan won the Ward 7 School Committee seat vacated by Ronald Dobrowski, and incumbent Janice Beyer won another term as Ward 3 School Committee member. Michelle DuBois won reelection as Ward 6 councilor and Thomas D. Monahan took the open Ward 2 councilor seat.
In her victory speech, Balzotti said, "I know how hard all of you have worked. This has been a long journey and we've been in this together. We ran a clean positive race, we ran a race based on what we want for the city of Brockton and what we know Brockton can be.
"I'm just so grateful ... I look forward to leading this city in a positive direction. I just want to leave you with this thought. For anyone who thought their dreams weren't possible, through hard work and determination and no real political background, a girl who grew up in a ... ranch in Brockton, through hard work, just became the mayor of Brockton."
In his concession speech before supporters, Harrington also said: "I want you to know that we will do what we can to help Linda Balzotti. I wish her luck also ... . I love each and every one of you and I'll give each one of you a kiss ... It's been a long career, and I can now go off into the sunset."
In an interview after his speech with radio station WXBR 1460, the mayor was asked if he would have done anything differently during the campaign. He said: "I don't think so. We put on a heck of a campaign. I held my own in the debates."
He added he got the message that voters wanted change. Harrington also said that "across the state, incumbent mayors knew that we would have a tough time this year."

Source: http://www.enterprisenews.com/news/x896787608/High-voter-turnout-expected-at-Brocktons-West-Jr-High

Saturday, October 31, 2009

Style vs. substance at final Brockton mayoral debate



In he final Brockton mayoral debate, Mayor James E. Harrington and challenger Linda Balzotti disagree over who is most capable of making the tough decisions. Read more in the following article by By Kyle Alspach, Enterprise staff writer,

BROCKTON — Whatever people think about his firm style, Mayor James E. Harrington said his record over the past four years should matter most to voters at Tuesday’s election.
“I think style is something that’s nice to talk about, but substance is a lot more important,” Harrington said during the final mayoral debate Wednesday.
“My style has created substance, it’s got results, and we’ve been able to solve problems,” he said.
The challenger, Councilor-at-large Linda Balzotti, contended that she has a more open style that would better serve the city.
“I think we need real collaboration in the city, and not decisions made without listening to the residents of Brockton,” Balzotti said.
The candidates clashed over a wide range off issues during the 90-minute debate at Massasoit Community College’s Buckley Performing Arts Center, before a crowd of 75.
Topics included the controversial school superintendent search, the city’s embattled redevelopment agency and how to deal with budget shortfalls.
But the common thread of the debate was a disagreement over what matters most to the office of the mayor — style or substance.
Harrington said he has balanced the budget every year amid millions of dollars in budget cuts, helped to bring in new businesses and put together a detailed plan for the city’s future.
Repeatedly, he pushed Balzotti to give specifics on her plan and seemed frustrated to hear her say that her main goal was to “work collaboratively” with city officials and residents.
“People have to know specifically what you would do,” Harrington said, before adding moments later, “I guess what your plan is, is to continue what I’m doing.”
Balzotti responded by acknowledging that some of the initiatives may be “things you have already started.”
“But the difference between the two of us is the fact that I am working with the people,” she said. “I have a communication and style of working with the people that’s different.”
On the city’s redevelopment agency, Building a Better Brockton Inc., Balzotti said Harrington should have made sure the City Council knew about a federal audit that was critical of the agency’s financial controls, staffing levels and other issues.
Harrington responded by saying the city receives scores of audits and could not possibly present them all.
“When it says in the report that $21 million is in jeopardy ... that’s not just an audit,” Balzotti said, referring to the chance that federal redevelopment funds will be withheld unless the audit’s issues are resolved.
On the budget, Harrington said Balzotti has a limited financial background and has shown no aptitude for making budget decisions.
“To be honest with you, during the budget, every single city councilor but you came in and made suggestions,” he said.
On last spring's search for a new superintendent, Balzotti said Harrington should have voted to break a tie when the School Committee was deadlocked between two candidates -- longtime city administrator Kathy Smith and Swampscott Superintendent Matt Malone -- instead of letting the committee vote again, leading to the choice of a non-Brockton candidate.
“I wouldn’t have walked away from that vote,” Balzotti said.
But Harrington disclosed that he would have voted, initially, for a third candidate, Brockton administrator John Jerome, and then for Malone. So if he had cast a vote to break the tie, it “wouldn’t have made any difference” in the outcome, he said. Harrington said that, in the end, the right person got the job.
The debate will be rebroadcast later in the week on Brockton Community Access, Channel 12. It was sponsored by The Enterprise, WXBR-1460 AM and Massasoit Community College.
The debate was likely the last of Harrington’s political career, which spanned 16 years on the City Council and two terms as mayor. Harrington has said this will be his last term if he is elected.
Meanwhile, Balzotti, who has served 12 years on the council, would become the city’s first female mayor if she wins Tuesday’s election.
Balzotti topped the ballot in the September preliminary election with roughly 56 percent of the vote. Harrington took about 35 percent.
But Harrington has predicted that a higher voter turnout on Tuesday will affect the outcome. Just 13 percent of registered voters cast ballots in the preliminary election.
Source: http://www.enterprisenews.com/your_vote/x876590532/Style-vs-substance-at-final-Brockton-mayoral-debate

Sunday, October 25, 2009

Kabuverdianus na Brockton Sta Ku Mayor Jim Harrington!


Pa Agnelo A. Montrond

Brockton, 24 di Otubru di 2009 – 3 di Nuvénbru, dia di eleison di «Mayor», ou seja prizidenti di Kámara Munisipal di Brockton, di deputadus munisipal y di menbrus di Kumité di Skóla, dja sta na pórta. Kabuverdianus sa ta partisipa di fórma vizível, má ka sima na 2007 ki tinha 2 grupus di kabuverdianus ta apôia 2 kandidatu: James Harrington y Jass Stewart ki perde pa sérka di 600 votu y ki es anu sa ta konkorre pa «Councilor-at-large», ou seja diputadu munisipal. Di es viaji, si N ka sta nganadu, fóra un ó otu kazu izuladu, psarse-m ma kabuverdianus sta tudu unidu ta apôia amigu di kabuverdianus, Mayor Harrington, ki sa ta torna konkorre pa más un mandatu di 2 anu. Na 2007, komu kandidatu a prizidenti di Kámara di Brockton, ku lema «D’es bes k’e bes», Jass Stewart teve un fórti apôiu di kabuverdianus y Kriolu foi lingua di kanpanha.

Foi un verdaderu enkontru di amigus, kel jantar-konvíviu, onti, na restauranti Sodade Térra. Kabuverdianus konparese en pézu pa dimonstra ses apôiu pa torna ileji Jim Harrington: restauranti Sodadi staba konpletamenti xeiu, y kabuverdianus staba koladu na kunpanheru móda sardinha. Na ses petu staba skrebedu na ingles: «I’m with Jim Harrington» ki signifika Jim Harrington N sta ku bo. Anbienti foi markadu pa morabéza típiku di kabuverdianus, ku kel bon kumida di Sodade, spesialmenti konfesionadu pa kel ivéntu. Kel muzikinha di térra, sabe pa afrónta, foi un autentiku «show» di konjuntu Magma di Vulkaun, un konjuntu formadu só pa jóvens, inkluindu baixista ki e un minina (kel-li nu ta fla di pasaji), ki txiga Mérka resentimenti. Komu ka pode fadjaba, teve tanbe un poku di konbérsu. Alguns pesoa faze uzu di palavra: primeru foi Gaby Leitão y dipos foi Celestino De Pina. Dipos di un brévi aprezentason di razons pamodi kabuverdianus debe vota en masa na Jim Harrington, na prósimu dia 3 di Nuvénbru, foi ves di própi Mayor di Brockton ki diriji alguns palavras pa audiênsia. «Boa Noiti», foi primeru palavra ki na KRIOLU sai di bóka di Nos Prizidenti di Kámara di Brockton, Mayor Jim Harrington, ki provoka un txuba di palmas y alguns zibiu. Perguntadu Jim Harrington undi ki el prende papia Kriolu, y el responde ma foi na Kabu Verdi, kantu ki el baba la sérka di 2 anu pasadu. Mr. Harrington faze un brévi referênsia a se mandatu di 4 anu ta lidera «sidadi di kanpions», y el fala sobri jeston finanseru di sidadi di Brockton, seguransa, idukason y programas pa jóvens. El fla ma enbóra el enfrenta posibilidadis di korti na orsaméntu di sidadi di Brockton, na situason di krizi, el toma mididas nesesáriu y el aprezenta un orsaméntu ikilibradu y sen korti. El fla ma el konsigi mante tudu pulísia, bonberu munisipal, y profesoris na trabadju, y ma el konstrui nóvu skólas di alta teknolojia, enkuantu ki na otus sidadi, un númeru signifikativu di pulísia, bonberu, y profesoris perde ses enprégu y fitxadu alguns skólas. El fla tanbe ma na Brockton, nótas na «MCAS», sigla di «Massachusetts Comprehensive Assessment System», un testi ki stadu di Massachusetts ta konsebe y ta adiministra pa studantis di kuartu, oitavu y désimu anu di skolaridadi, sa ta midjora manenti, y Brockton dja e un di kes midjór sistema skolar urbanu na es stadu.

A segir foi ves di Sr. Moisés Rodrigues, Diretor di Servisu di Kumunidadi di Brockton, funson ki ta korresponde a terseru kargu más inpurtanti na sidadi. Moisés fla ma Mayor Harrington abri pórta di sidadi di Brockton pa kabuverdianus y ma tudu bes ki nu meste Mayor Harrington, el sta la pa difende interesis di kabuverdianus y naun só. El sita izénplu di grupu di konselherus pa jóvens ki es kria, y el fla ma duranti veron ki pasa, es ranja inprégu pa serka di 400 jóvens ki pagadu ku dinheru di fuku-fuku di ses.
Nha ex-alunu, jóven Luis Fontes, papia na kualidadi di dirijenti di kel grupu di jóvens y, entri más, el fla: «Moisés y Mayor Harrington e nha inspirason». Kapiton Dempsey Andrade papia y fla: «Kual e kandidatu ki sa ta ben fika djuntu ku nos pa nu enbrasa-l, tra fótu ku el, faze asada ku nos, etc? Kal kandidatu ki kruza Dje-di-Ronbu pa bai Brava? Kual e kandidatu ki dja kume nos katxupa, nos xerén, nos tenteren, etc? Pa termina se intervenson el fla: «Harrington, povu sta ku bon» y prizentis responde ku un salva di palmas.
Dipos foi muméntu muzikal y kultural, di konvíviu, interason, y konfraternizason. Alguns vózis marka prizénsa: Carmindo Lopes, Paulo fidju di Talulu, Lutxinha, jornalista Valdir Alves di Cabo Video y Bétu ki na un duetu es kanta «Mundu Ka Kre pa N kre».
Nu ta aproveita pa lansa un apélu a tudu kabuverdianus ki e sidadon merkanu, ki sta resensiadu y ki ta vivi na Brockton, ó na un otu lugar undi sa ta realizadu elison munisipal dia 3 di Nuvénbru, pa es izérsi ses dever síviku, pa es izersita ses sidadania, pa es vota en konsiênsia, ku intelijênsia y ku konfiansa na kandidatu ki ta luta y difende ses interesi. Nu mostra ma nos kabuverdianus, tanbe nu ten ves, vos y vultu, y ma nos votu ta faze diferénsa.

Agnelo A. Montrond, USA
aamontrond@yahoo.com

Saturday, October 24, 2009

Es Krizi

Pa Manuela Pina


Mizéria di es povu sta pa dimás
Es krizi dja tumâ tudu argen kabésa
Fómi ningen ka pode ku el

//

Kuza xuxu ki ta matâ
Ai, na es bida, nos ki ta pagâ kurpa ku pekadu
Dja-bu-mé ki mundu ta frâ
Dor di fidju fémia ta duê
Más ki fidju ki ka matâ
Má ki es matâ

//

Ai rapazinhus, nhos tumâ juis!
Rapariginha di surizinhu y prubléma
Ningen ka kre ser vidru
Tudu argen kre ser pédra

//

Ka bu ponta-m dédu
Fitxa bóka
Lingua kunpridu
Odja ma subi tribunal e ka pa tudu argen
Bu ten ki ta ten kanéta

//

Juis mariadu e te di-bo pa te di-bo
Djiga, parâ
A-l-el ali
Tuma-l bu leba-l

//

Kurpa e na txon ki el ta kai
Pasiénsia tenê mon na kabésa
Fidju fémia di argen e txabi-l kadia
Es krizi ningen ka pode ku el

Manuela Pina