Irmon Kabuverdianus, Nu Uza Y Divulga Alfabétu Kabuverdianu Ofísial(AK, ex-ALUPEC)

Friday, August 15, 2008

Será que o “não Dr.” Vieira tenha sido influenciado pelo MPD para dar este Show? Esta é a questão que ora se coloca!


Agnelo A. Montrond

“… a bizarre practice in Cape Verde of addressing government officials as “doctors” when in fact these lack the academic, honorary or any right to the title of Doctor …”, Miguel Vieira.

Esta é a minha reacção ao artigo “Dr. or not Dr? That is the question”, da autoria do colunista Miguel Vieira, da FORCV, o qual ainda continua em destaque na manchete do FORCV.COM.

O articulista Miguel Vieira foi bastante infeliz ao (talvez ser negativamente influenciado para) escolher este tema tão supérfluo. Pois este texto é esvaziado de conteúdo e constitui um atentado contra os quadros cabo-verdianos que residem nas ilhas. O articulista foi infeliz ao servir-se erradamente da cultura e do sistema educativo americano para fazer uma péssima, deslocada e desacertada reflexão e análise dos rótulos associados a títulos académicos dos nossos actuais governantes.

E agora pergunto: porque só agora vem o articulista enxovalhar os governantes do PAICV? E porque não contemplou os ex-governantes do MPD, os presidentes das câmaras do MPD, os deputados da UCID, os políticos cabo-verdianos, etc, nesta análise? Pecado mortal cometeu o Miguel Vieira. Será que FORCV está sendo usado para fazer campanha contra o PAICV? Fora o Sr. Miguel encomendado pelo MPD para fazer esse espectáculo?

Essa prática de utilização de rótulos de Dr., Dra. Eng., Enga para significar respeito e valorização dos quadros superiores com apenas licenciatura, não acontece exclusivamente em Cabo Verde, mas sim em todos os países lusófonos, incluindo Portugal. Contrariamente ao que pensa o articulista, em Cabo Verde, o rótulo Dr. ou Dra não significa o PhD no sistema americano, ou um outro grau académico qualquer equivalente. Se não sabia que fique sabendo. E isso não é de hoje. Foi sempre assim, tanto em Cabo Verde como em Portugal, nos outros países lusófonos, e não só. Uma crítica mais pedagógica e cuidadosa, sem ultrajar os nossos actuais governantes sortiria um melhor efeito, sobretudo nesta tarefa de desenvolvimento do nosso sistema de formação superior, com a instalação da nova universidade de Cabo Verde, estamos cientes que quem de direito saberá lidar apropriadamente com esta questão.

Porque o Sr. Miguel não optou pelo elenco governamental português, angolano, ou um outro qualquer? E a resposta é simples: porque quer meter-se em politiquices. Não venha tentar convencer a ninguém que não se trata de uma estratégia montada para tentar atingir e sujar os governantes do PAICV.

E o articulista resolve escrever tudo isso em inglês e não em português ou em Kriolu de Cabo Verde. Se o assunto diz respeito aos cabo-verdianos residentes nas ilhas, a maioria dos quais não entendem o inglês, é mais do que uma afronta dirigir-se a eles e elas em inglês. Sugiro que aquele texto seja interpretado e publicado em português e / ou em Kriolu.

Como se isso não bastasse, o Sr. Miguel ainda vai mais longe e ataca toda a classe dos jornalistas cabo-verdianos utilizando adjectivos e predicados insultuosos quando imputa-os de práticas infantis, deshonestidade jornalistica, prática de lisonja dissimulada massageando o ego dos governantes chamando-os de Doutores, os quais fingem que são portadores verdadeiros do título de doutor. E ainda diz mais ao referir essa prática como sendo um exemplo patético de uma desilusão da “grandeur”. Que tamanha irresponsabilidade em assumir um contributo tão negativo versando rótulos e títulos académicos. É pena o articulista não ter escolhido um outro tema em vez de estar a tentar fazer a lavagem de roupa suja ao público.

Agnelo A. Montrond

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